domingo, 30 de março de 2014


Sejam bem-vindos à Sociologia 1º A e 1º B... um excelente ANO letivo de 2014; e apreciem as novas descobertas... aguardo, em breve, seus desdobramentos!!!
 
Para tentarmos imergir um pouco sobre nós mesmos, como alteridade desenhada no imenso percurso sociocultural, iremos adentrar no espaço analítico das “Raízes do Brasil”. Essas “Raízes”, escritas por Sérgio Buarque de Holanda, nos convidam a uma reflexão sobre a larga tradição patriarcal, a demonstrar o domínio dos valores íntimos e afetivos na conformação das instituições – as relações do poder público eram administradas pelos sentimentos dos conflitos paternais. A indistinção público-privado confinava a sociedade a um desleixo para concatenar as necessidades de mudanças, advindas das pressões exteriores de uma civilização europeia que iniciava um ordenamento dos princípios democráticos. A “casa” – autarquia rural –, dona de quase todos os “mandos”, deveria iniciar um processo de alinhamento aos frenéticos movimentos de um rudimentar processo de comercialização ou ceder um pouco da autoridade totalizante.
Outro autor, de escrita engajada aos fenômenos sociais e de concreta tinta literária, fez um balanço singular de nossas faces. E, nossos traços marcavam o estranho vício da preguiça e as “famosas encruzilhadas dos talvezes” da principiante “República”, direcionava as ações no acomodamento do passado, por uma espécie de responsabilidade mesquinha do ganho mais fácil. Por exemplo, em “Bruzundanga”, Lima Barreto, destaca a improvisação das instituições e sua aversão ao raciocínio dos trabalhos com resultados duradouros. E, também que o modelo de sua educação é um corolário da mentalidade retrógrada, ou seja, seus doutores são fantoches de poucas leituras. Uma cultura bacharelesca sem envergadura, a qual foi sublinhada também pelas reflexões Buarquianas do culto da “inteligência”, no Brasil:
 “Não significa forçosamente, neste caso, amor ao pensamento especulativo – a verdade é que, embora presumindo o contrário, dedicamos de modo geral, pouca estima às especulações intelectuais – mas amor à frase sonora, ao verbo espontâneo e abundante, à erudição ostentosa, à expressão rara. É que para bem corresponder ao papel que, mesmo sem o saber, lhe conferimos, inteligência há de ser ornamento prenda, não instrumento de conhecimento e de ação.” (Buarque, 2013, p. 83)

                E, nesse movimento de base superficial “Bruzundanga” seria em uma só palavra: “Medíocre”. E, agora esperamos elaborar um vínculo entre algumas características da “Bruzundanga” e as nossas “Raízes do Brasil” – longas e férteis ao percorrerem gerações de uma casa-grande para um sobrado urbano. Nosso “Paterfamilias” engendra a figura do poder submisso às vontades arbitrárias das confrarias ruralistas e “cordiais”.